PrEP e PEP na prevenção do HIV: qual a diferença entre os métodos?

Desde que os primeiros casos de Aids surgiram no mundo, ouvimos falar sobre a importância do uso de preservativos para evitar a contaminação e a transmissão da doença. No entanto, existem alternativas que são pouco debatidas em nossa sociedade e que, na maioria das vezes, geram dúvidas na população – como é o caso da PrEP e PEP na prevenção do HIV.

As profilaxias pré e pós-exposição, mais conhecidas como PrEP e PEP,  são indicadas para indivíduos que têm maior grau de vulnerabilidade à infecção, como homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas transexuais e casais sorodiferentes – quando um tem HIV e o outro não. 

No Brasil, o uso da PrEP e PEP na prevenção do HIV virou política pública no final de 2017, quando passou a ser disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à população mais vulnerável após uma série de estudos. De acordo com a principal pesquisa, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a estratégia apresentou resultados positivos e uma alta adesão dos voluntários. 

Contudo, é importante destacar que o uso da PrEP não se restringe apenas aos grupos citados anteriormente. Para prescrição desse método, o profissional leva em consideração as vulnerabilidades individuais – como o uso de drogas, álcool etc –, que podem elevar as chances de exposição ao vírus.

Uso da PrEP e da PEP substituem o preservativo?

Essa é uma das dúvidas mais recorrentes em quem busca alternativas aos preservativos. Entretanto, o uso da PrEP e PEP na prevenção do HIV só acontece de forma efetiva se forem complementados. Como assim?

A PrEP, como o próprio nome sugere, deve ser utilizada antes da exposição ao vírus do HIV. Essa medida, que consiste na ingestão de um comprimido diário, contribui para a redução dos riscos de infecção. 

A PEP, por sua vez, é considerada uma medida preventiva de urgência – ou seja, deve ser utilizada por pessoas que foram expostas ao vírus por diversos motivos, como violência sexual, exposição ocupacional ou diante de uma relação consentida em que houve o rompimento do preservativo ou quando ele não foi usado.

Nesses casos, devemos nos lembrar que o uso da profilaxia pós-exposição é a última estratégia de prevenção e que, diferentemente da PEP, consiste no uso de três medicações (tenofovir, lamivudina e dolutegravir) por um período de 30 dias. 

Além disso, a pessoa que foi exposta ao vírus deve iniciar o tratamento em até 72h após o contato. Sendo assim, é importante que o indivíduo compareça à unidade de saúde mais próxima de sua residência para realização do teste rápido e aquisição do medicamento. 

O medicamento pode causar danos à saúde?

Toda medicação pode trazer prejuízos à saúde. No entanto, não há dados que revelem indícios de efeitos adversos graves em quem faz uso de PrEP e PEP na prevenção do HIV.

Por isso, se você não é portador do vírus, mas deseja fazer uso das profilaxias, fique tranquilo: as drogas utilizadas – como o tenofovir – são conhecidas e amplamente estudadas pela comunidade científica. 

Porém, em alguns casos, o tenofovir pode provocar reações indesejadas – como a disfunção renal e perda de massa óssea – mas lembre-se: são situações raras e que atingem uma porcentagem mínima dos pacientes. 

Profilaxias não previnem infecções sexualmente transmissíveis 

Quando o assunto é prevenção, não há discussão: o uso do preservativo é essencial para evitar a contaminação das infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e as gestações indesejadas. Os casos recentes de HIV na indústria pornográfica reforçam a importância da utilização desse método.

Portanto, para evitar o contágio e a transmissão de ISTs como sífilis, HPV, hepatites e gonorreia, a orientação é a mesma: use camisinha!