Causadas respectivamente pelas bactérias Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, as infecções por gonorreia e clamídia são sexualmente transmissíveis (ISTs) e atingem os órgãos genitais, olhos e gargantas de homens e mulheres. Silenciosas e com alto poder de contágio, ambas podem trazer sérios riscos à saúde se não houver tratamento adequado. 

Assim como as demais ISTs, as infecções por gonorreia e clamídia são transmitidas através de relações sexuais desprotegidas. Na maioria dos casos, os sintomas não se manifestam de modo que os indivíduos infectados desconfiem que há algo de errado no organismo, o que dificulta a identificação da doença. 

A dificuldade em obter o diagnóstico pode ser observada, inclusive, nos números registrados pelos principais órgãos de saúde do mundo – a exemplo dos dados compilados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, em que cerca de 1,6 milhão de novas infecções gonocócicas são registradas todos os anos no país.

No Brasil, o cenário também é preocupante, conforme revelam os dados divulgados pelo Ministério da Saúde. Anualmente, estima-se que 500 mil novos casos de gonorreia sejam identificados em todo o território nacional.

Em relação à clamídia, não existem dados epidemiológicos no Brasil, já que a notificação da doença não é obrigatória. Entretanto, o CDC estima que cerca de quatro milhões de casos tenham sido registrados em 2018 nos EUA, atingindo principalmente jovens com idade entre 15 e 24 anos. 

Quais os principais sintomas das infecções por gonorreia e clamídia?

A infecção por clamídia é considerada silenciosa, já que a maioria dos pacientes infectados não apresenta sintomas detectáveis – ou anormais – nos exames físicos. No entanto, alguns estudos apontam que o desenvolvimento dos sinais pode variar de acordo com o ambiente em que a pessoa vive, atingindo cerca de 10% dos homens e 5% das mulheres.  

Nas mulheres, a clamídia pode infectar o colo do útero, causando cervicite (inflamação e irritação na região), também podendo atingir a uretra. Se a doença se espalhar do colo do útero para o trato reprodutivo superior (Trompas de Falópio), existe a possibilidade da paciente desenvolver a Doença Inflamatória Pélvica (DIP). 

Entre os homens, os sintomas da clamídia geralmente geram uretrite, com secreções e dor ao urinar. Alguns pacientes desenvolvem orquiepididimite, espécie de inflamação dos testículos que provoca inchaço e sensibilidade na região.  

Assim como a clamídia, a infecção causada pela gonorreia também é assintomática na maioria dos casos. Apesar da similaridade nesse aspecto, os sintomas – quando surgem – têm algumas diferenças. No caso dos homens, pode haver dor ao urinar e corrimentos com tonalidades que variam entre branco, amarelo ou verde, que geralmente aparecem após cinco dias da contaminação. 

Já entre as mulheres, a gonorreia oferece sérios riscos à saúde, independente da gravidade dos sintomas. Sem o diagnóstico correto e o tratamento adequado, as complicações podem causar infertilidade, gravidez ectópica e DIP. 

Infecções por gonorreia e clamídia têm cura

É isso mesmo! As infecções por gonorreia e clamídia, se tratadas, podem ser curadas! No caso da clamídia, recomenda-se o uso de antibióticos, mesmo que o paciente também tenha HIV. 

O tratamento da gonorreia também é feito à base de antibióticos. Entretanto, mesmo diante dos tratamentos disponíveis e da possibilidade de cura, a recomendação permanece a mesma: previna-se! Não tenha relações sexuais sem camisinha e visite o seu médico regularmente. A realização de exames periódicos pode ajudar a detectar doenças precocemente e, dessa forma, aumentar as chances de recuperação.

Em caso de suspeita ou dúvida sobre as infecções por gonorreia e clamídia, compareça à unidade de saúde mais próxima de sua residência. Você também pode entrar em contato comigo e marcar uma consulta para falarmos sobre o assunto!