Causada pela bactéria Treponema pallidum, a sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), que pode apresentar diversas manifestações clínicas no organismo da pessoa infectada. Embora seja uma doença curável, a infecção por sífilis pode levar à morte se não houver o tratamento adequado.
Transmitida através de relações sexuais desprotegidas ou por meio da transmissão vertical (de mãe para filho), a infecção por sífilis tem diferentes estágios: sífilis primária, secundária, terciária ou latente – o que pode dificultar a obtenção do diagnóstico.
Durante os dois primeiros estágios da doença, que aparecem em torno de 10 a 90 dias após a contaminação, os sintomas da infecção por sífilis são mais evidentes. Nessa fase, o risco também é maior, já que as lesões contêm um nível elevado de bactérias.
Em seguida, a doença passa por um período de latência, isto é, a bactéria não se manifesta no organismo do paciente. Após esse intervalo, que pode levar de 1 a 40 anos, a enfermidade retorna com agressividade, acompanhada de complicações, que explicarei adiante.
Contudo, antes de falarmos sobre os sintomas dessas fases, precisamos entender como ocorre a transmissão, de que forma podemos obter o diagnóstico e, principalmente, como evitar a infecção por sífilis.
Entendendo a infecção por sífilis
Assim como as demais ISTs, a infecção por sífilis tem como principal forma de transmissão as relações sexuais – sejam vaginais, anais ou orais – realizadas sem o uso de preservativo.
No entanto, a doença também pode ser transmitida durante a gestação se a mãe estiver infectada com a bactéria. Esse cenário, inclusive, preocupa especialistas e os principais órgãos de saúde, já que os casos de infecção por sífilis entre as gestantes têm crescido no Brasil.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil havia registrado 4 mil casos de sífilis em gestantes em 2010. Já em 2020, o índice saltou para 132 mil – um número que assusta, pois é 39 vezes maior que o analisado anteriormente!
Os primeiros sinais da infecção por sífilis aparecem algumas semanas após o contágio. Por isso, é preciso estar atento aos que, durante esse período, são mais evidentes, e entender os estágios.
- Sífilis primária: nessa etapa, é muito comum o surgimento de uma única ferida em regiões como o pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus e boca. Essa lesão, conhecida como “cancro duro”, tem alta quantidade de bactérias – o que eleva o risco de transmissão. Essa ferida não provoca dor, coceira, ardência e nenhum tipo de incômodo; normalmente, desaparece sozinha.
- Sífilis secundária: os sintomas e sinais da sífilis secundária aparecem após cerca de seis semanas – ou seis meses – do surgimento da ferida anterior.
Nessa fase, é possível observar o aparecimento de manchas na pele, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Elas não coçam, mas são ricas em bactérias. Além disso, a pessoa infectada pode apresentar mal-estar, febre, dor de cabeça e ínguas (carocinhos) pelo corpo. As manchas, assim como as feridas, desaparecem após algumas semanas. - Sífilis latente: durante essa fase, dividida entre “recente” (até um ano de infecção) e “tardia” (mais de um ano de contaminação), a bactéria fica oculta no organismo. Nesse estágio, a duração é incerta, já que pode ser interrompida com o aparecimento de sinais da forma secundária ou terciária.
- Sífilis terciária: essa fase da doença, que pode aparecer após longos anos, surge com sinais mais graves. Normalmente, esses sintomas geram uma série de complicações que colocam em risco a vida do paciente. Entre os principais sinais, destacam-se o aparecimento de lesões cutâneas, neurológicas, cardiovasculares e ósseas.
Sífilis tem cura e pode ser prevenida
A infecção por sífilis tem cura, e o tratamento, realizado com o antibiótico penicilina benzatina, está disponível nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). A dose da medicação vai depender do estágio da sífilis e da avaliação do profissional de saúde, já que todos os casos devem ser analisados individualmente e de forma criteriosa.
Além disso, o diagnóstico também pode ser obtido através da realização de testes rápidos no SUS. De toda forma, a melhor maneira de evitar a contaminação é se protegendo!
Por isso, o uso de preservativos (femininos ou masculinos) são fundamentais para prevenir ISTs como a sífilis, HTLV, HIV e tantas outras. E para as gestantes, fica o alerta: a realização do pré-natal é essencial para detectar – e combater – doenças que podem colocar em risco a vida da mãe e da criança.
Em caso de dúvida, entre em contato comigo ou compareça à unidade de saúde mais próxima de sua residência!