Desencadeada por uma resposta inflamatória sistêmica do nosso organismo diante de uma infecção, geralmente causada por bactérias, fungos e vírus, a sepse é uma grave e complexa doença – considerada uma das principais causas de morte hospitalar em todo o mundo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sepse é responsável pela morte de mais de 11 milhões de pessoas a cada ano – incluindo crianças. No Brasil, dados compilados pelo Ministério da Saúde apontam que cerca de 670 mil óbitos são registrados anualmente em decorrência da doença.
Mesmo sendo complexa e potencialmente grave, a sepse é uma patologia desconhecida por parte da população. Segundo a organização Global Sepsis Alliance (GSA), estima-se que somente 7% a 50% das pessoas conhecem a doença – a porcentagem pode ser ainda mais baixa em determinados países.
Para mudar esse cenário, a GSA instituiu, em 2012, o Dia Mundial da Sepse, celebrado anualmente em 13 de setembro. A campanha, cujo principal objetivo é conscientizar a população sobre a existência dessa doença, também tem como propósito apoiar sobreviventes da doença e prestar solidariedade às famílias que perderam seus entes queridos.
Conhecer a doença e entender de que forma ela afeta o nosso organismo é fundamental para reduzir o número de casos e mortes. Por isso, reuni as principais informações acerca da sepse, assim como as formas de tratamento e prevenção.
Afinal, o que é e como se desenvolve a sepse?
Diante de uma infecção, o nosso corpo gera uma resposta inflamatória para combater o agente infeccioso. Essa reação, por sua vez, pode provocar uma série de complicações à saúde do paciente – e eu explico o porquê!
Quando a infecção é muito grave, o nosso corpo lança mecanismos de defesa, o que acaba provocando uma disfunção, como queda da pressão arterial, alterações na coagulação do sangue e má oxigenação das células e tecidos. A falência de múltiplos órgãos é o estágio final do choque séptico, quando muitas vezes não há reversão e a pessoa morre.
E a sepse é justamente esse conjunto de manifestações, decorrente da infecção em um determinado órgão, como:
- Pulmões (pneumonia);
- Abdômen (apendicite, infecção no pâncreas e fígado, peritonite e diarreia infecciosa);
- Rins e bexiga (infecções urinárias e renais);
- Pele (feridas e erisipela);
- Sistema nervoso central (meningite).
É importante destacar que qualquer tipo de infecção, sendo leve ou grave, pode evoluir para a sepse – independentemente do gênero ou faixa etária. No entanto, existem alguns grupos considerados de risco, como pessoas hospitalizadas, bebês prematuros, crianças abaixo de um ano, idosos acima dos 65 anos, portadores do vírus da Aids ou imunodeprimidos em geral.
Tratamento precoce pode evitar complicações
Apesar de não existirem sintomas específicos, a sepse pode ser diagnosticada. Dessa forma, pessoas que estão enfrentando algum tipo de infecção devem ficar atentas aos seguintes sinais: aceleração dos batimentos cardíacos (taquicardia), respiração mais rápida (taquipneia), falta de ar, diminuição da quantidade de urina e alteração do nível de consciência, como quadros de sonolência excessiva ou confusão.
Confirmado o diagnóstico, as primeiras horas do tratamento são consideradas primordiais. Sendo assim, a recomendação é de que o paciente receba – o mais rápido possível – a antibioticoterapia adequada e seja submetido a culturas de sangue, que são exames capazes de detectar a presença de bactérias no sangue.
Lembre-se: a sepse é uma emergência médica e o tratamento deve ser priorizado. Diante da suspeita da doença, procure o hospital mais próximo de sua residência – se houver dúvidas, entre em contato comigo!