Um paciente, de 53 anos, se tornou o 5º caso de uma possível cura da Aids já registrado pelo mundo. O fato aconteceu após o transplante de medula óssea de um doador com uma mutação resistente ao vírus da imunodeficiência humana (HIV).
A constatação de remissão foi relatada em estudo publicado na revista científica Nature Medicine, em fevereiro deste ano. Relatado pelo Hospital Universitário de Dusseldorf, na Alemanha, a equipe de saúde indicou que o paciente não registrou medição do vírus HIV.
O paciente era portador do HIV em níveis controlados por conta da medicação, mas a descoberta da leucemia mielóide aguda levou ao transplante de medula óssea. Acontece que todos os outros tratamentos não tinham sido bem sucedidos, sendo então realizado o procedimento com doador de rara mutação (CCR5-delta-32).
O transplante de medula óssea foi realizado em 2013 e, depois disso, após vários testes, em 2018 foi interrompida a medicação antirretroviral, com orientação médica. Nos últimos cinco anos o paciente foi acompanhado e não foi registrado medição do vírus HIV, significando uma possível cura da Aids.
Apesar da boa notícia, vale lembrar que, por enquanto, o tratamento não pode ser realizado mundialmente por ser considerado agressivo devido aos riscos, com alta letalidade, e pela dificuldade em encontrar doador com a mutação necessária. Por outro lado, a descoberta apresenta uma possibilidade de cura, e abre caminho para novas pesquisas. Confira abaixo os demais casos que antecederam esta descoberta.
4º caso
O quarto caso de possível cura da Aids foi anunciado durante a Conferência Internacional de Aids, em 2022. Trata-se de um homem, de 66 anos, que teve o tratamento realizado em Duarte, na Califórnia.
O paciente foi diagnosticado com o vírus em 1988, mas aos 63 anos desenvolveu leucemia, tornando necessário o transplante de medula óssea. Acontece que o doador tinha mutação resistente ao HIV, estendendo essa característica ao paciente receptor.
“Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV”, disse o homem em comunicado que repercutiu na imprensa.
3º caso
O terceiro caso de possível cura da Aids foi anunciado durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em 2022. A remissão aconteceu após um novo transplante que usou sangue do cordão umbilical.
O paciente, neste caso uma mulher, foi diagnosticada com o vírus em 2013, realizando o transplante em agosto de 2017. Após três anos, os médicos suspenderam o tratamento com antirretroviral e depois de mais de um ano não encontraram carga viral em seu organismo.
2º caso
O segundo caso de possível cura da Aids é de um homem conhecido como “paciente de Londres”. De acordo com artigo publicado na revista The Lancet HIV, em 2020, a remissão foi relatada 18 meses após a interrupção do tratamento analítico (ATI).
O paciente foi diagnosticado com o vírus em 2003, sendo que em 2011 teve um câncer no sangue (chamado Linfoma de Hodgkin). Diante de tratamentos que não funcionaram, em 2015, Adam Castillejo, de 40 anos, foi submetido ao transplante de medula óssea com doador de mutação resistente ao vírus HIV.
A título de curiosidade, o paciente de Londres é venuzelano, mas vive há mais de décadas na capital da Inglaterra.
1º caso
A descoberta pioneira de possível cura da Aids foi a partir do caso de Timothy Ray Brown, chamado de “paciente de Berlim”, por conta da cidade onde o procedimento aconteceu.
O feito foi realizado após um transplante de células-tronco para o tratamento de leucemia. O diagnóstico de HIV ao norte-americano aconteceu em 1995, e o da leucemia, em 2006, gerando a necessidade do transplante em 2007.
Apesar da possível cura da Aids, o paciente faleceu em setembro de 2020, com 54 anos, em decorrência de um câncer.
Agora que você sabe um pouco mais sobre os casos de possível cura da Aids, compartilhe essas histórias e ajude outros pacientes a manterem a esperança! Já se precisar agendar uma consulta, entre em contato comigo.
