Uma doença silenciosa, incurável e desconhecida por uma ampla parcela da população, mas que atinge cerca de 2,5 milhões de brasileiros – conforme estimativas do Ministério da Saúde. Para quem não sabe, essas informações se referem ao vírus T-linfotrópico humano, mais conhecido pela sigla HTLV.
Pertencente à família do HIV (vírus da imunodeficiência humana), o HTLV atinge a célula T humana, espécie de linfócito importante para o sistema de defesa do nosso organismo, e que é capaz de provocar doenças neurológicas degenerativas e hematológicas graves.
Primeiro, é fundamental entender de que forma acontece a transmissão do HTLV. Classificado como uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), a principal forma de contágio do vírus ocorre através de relações sexuais desprotegidas.
Entretanto, o HTLV também pode ser transmitido por meio de transfusões de sangue (embora sejam raros os casos), compartilhamento de objetos perfurocortantes (agulhas e seringas por usuários de drogas) e pela chamada “transmissão vertical” – de mãe infectada para o filho durante o parto ou amamentação.
Apesar disso, uma parcela mínima de pessoas infectadas pelo HTLV desenvolve problemas de saúde. Ainda assim, é importante estar atento, pois o HTLV-I é altamente associado às enfermidades mencionadas no início do texto. Já o papel do segundo subtipo do vírus, HTLV-II, ainda é incerto, mas sabe-se que ele também provoca doenças neurológicas.
Se o HTLV é uma doença silenciosa, como descobrir se fui infectado?
A maioria dos pacientes descobre que é portador do HTLV de forma inesperada devido à silenciosa – e rara – manifestação dos sintomas. É muito comum, por exemplo, que as pessoas saibam de sua condição ao tentarem doar sangue, já que nesse momento elas são submetidas à testagem.
No entanto, o diagnóstico preciso do HTLV pode ser obtido através de exames específicos, como testes imunoenzimáticos (EIA), quimioluminescência e a aglutinação de micropartículas de látex sensibilizadas.
Se o resultado for positivo, é necessário realizar a confirmação do diagnóstico por meio do teste Western-blot (WB), INNOLIA, reação de polimerase em cadeia (PCR) ou imunoflorescência indireta.
HTLV não tem cura, mas pode ser prevenido
Ainda não há uma medicação que elimine o vírus por completo do organismo infectado. Diante do diagnóstico, deve-se apenas acompanhar o paciente – o tratamento é sintomático ou quimioterapia nos casos de câncer.
Portanto, fique atento às condições como o linfoma e a leucemia, além dos seguintes sintomas:
- Alterações na visão;
- Sensação de fraqueza;
- Dor no corpo;
- Formigamento e dormência em alguns membros;
- Gânglios inchados.
Além disso, o HTLV é uma das poucas condições que contraindicam a amamentação, assim como o HIV. Nos casos de transmissão vertical, essa é a principal forma de contágio.
Por isso, não se esqueça: para prevenir essa e outras doenças sexualmente transmissíveis, use preservativo durante todas as relações sexuais e certifique-se sempre de que as seringas e agulhas são descartáveis.
Em caso de dúvida, entre em contato comigo ou compareça à unidade de saúde mais próxima de sua residência!