Neuralgia pós-herpética é mais comum em idosos e pode durar longo período

A neuralgia pós-herpética (NHP) é uma complicação do herpes-zóster e tem como principal característica a dor persistente por, geralmente, três meses após as lesões de pele causadas pela doença serem solucionadas. Mas nem sempre é assim: em alguns casos pode durar anos ou até a vida toda e impactar muito a qualidade de vida do paciente.

O problema foi exposto, inclusive, pela atriz Arlete Salles em uma série documental que estreou no mês passado no Globoplay, chamada Dor, que traz relatos de pessoas sobre como é conviver com dores crônicas intensas e seus desafios no cotidiano.

O herpes-zóster, também conhecido como cobreiro, é causado pelo vírus varicela-zóster. Após seu primeiro contato com o organismo humano, geralmente na infância, quando causa a catapora, ele se aloja no sistema nervoso e fica “oculto” por toda a vida. Entretanto, algumas situações que envolvem uma baixa expressiva da imunidade pode fazer com que ele seja “reativado” no corpo, causando o herpes-zóster. Inclusive já publiquei um texto aqui no blog sobre como situações de estresse e ansiedade podem contribuir para isso.

De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, cerca de 10 a 18% dos pacientes com hérpes-zóster no país terão neuralgia pós-herpética. Importante destacar que ambas as condições (o herpes-zóster e a NPH) são mais comuns de acontecer a partir do avanço da idade, conforme apontou um estudo populacional conduzido no Condado de Olmsted

O levantamento mostrou que o risco de desenvolver a doença é de 4,7% em indivíduos de 50 a 59 anos e 12% em idosos com 80 anos ou mais. Esse aumento também é sentido em relação às complicações do herpes-zóster, sobretudo a neuralgia pós-herpética, sendo 5,41% para o primeiro grupo e 20,32% para o segundo.

Sintomas e diagnóstico da neuralgia pós-herpética

Sobre a dor provocada pela neuralgia pós-herpética, em um estudo publicado na Revista da Dor, da Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor, os autores afirmam que não há um padrão, isto é, a dor pode ser constante ou intermitente, latejante, cortante, penetrante, com aspecto de queimação ou dor em choque. Logo, essa é uma condição que pode debilitar e incapacitar o paciente, impactando fortemente sua qualidade de vida.

Somente o médico pode dar o diagnóstico de neuralgia pós-herpética, que geralmente é feito com base em exame físico e nos sintomas relatados por quem teve herpes-zóster. 

Tratamento da neuralgia pós-herpética

A neuralgia pós-herpética não tem cura e, por ser um tipo de dor neuropática crônica, o tratamento para controlar a condição pode ser desafiador, além de longo ou até mesmo por toda a vida. As opções de tratamento incluem:

  • Medicamentos analgésicos
  • Anticonvulsivantes
  • Antidepressivos tricíclicos
  • Lidocaína adesivo (as outras apresentações não têm recomendação formal de uso)
  • Toxina botulínica

Se você ou alguém que você conhece teve um quadro de herpes-zóster e passou a sentir dor, pode ser um caso de neuralgia pós-herpética. Consultar um infectologista para dar início ao tratamento o quanto antes é fundamental para uma melhora do quadro e da qualidade de vida. Em caso de dúvida, entre em contato comigo!