É de conhecimento geral – ou pelo menos de uma parcela expressiva da população – que pessoas sexualmente ativas, independente da classe social, faixa etária ou sexo, estão propensas às temidas infecções sexualmente transmissíveis – ISTs. Mas você sabia que as mulheres são mais vulneráveis à Aids?
Sim, você não leu errado. Mas antes de nos aprofundarmos nessa questão, precisamos entender quais são os fatores que nos levam a esse cenário. O primeiro deles diz respeito às próprias características físicas do corpo feminino.
Diferentemente dos homens, as mulheres têm a superfície genital muito mais ampla, o que favorece a contaminação – mas não é somente isso! A mucosa da vagina tem centenas de células, o que facilita, de certa forma, a penetração do vírus.
Isso significa que, diante de uma relação sexual desprotegida, na qual o parceiro é soropositivo, as chances da mulher contrair o vírus são altas. E isso pode ser observado nos números divulgados pelo Ministério da Saúde, que mostram que as mulheres são mais vulneráveis à Aids.
De acordo com os dados do Boletim Epidemiológico mais recente, o percentual de mulheres que contraíram a doença através de relações heterossexuais ultrapassa a marca dos 85%. Entre os homens, o número não chega a 2%.
Esse cenário, no entanto, esbarra em outra situação preocupante: a vulnerabilidade social das mulheres.
Vulnerabilidade social x vulnerabilidade biológica
Desde muito cedo, as meninas são pressionadas a corresponder às expectativas alheias, sejam aquelas relacionadas à família, amigos ou estudos. Durante a fase adulta, isso não é muito diferente.
Na realidade, é muito comum que as mulheres sintam-se pressionadas para aceitar que as relações sexuais aconteçam sem proteção. Aliás, não são raros os casos em que o homem, sem o consentimento da parceira, tira o preservativo durante o sexo – essa prática, conhecida como “stealthing”, é considerada crime em alguns países.
As mulheres são mais vulneráveis à Aids ainda por outro fator: confiança nos parceiros. Há alguns anos, houve uma transformação no perfil dos portadores da doença, em que o número de mulheres casadas, com idade acima dos 50 anos, cresceu. E elas estão sendo mais acometidas no país.
Essa mudança, inclusive, é um reflexo da aversão ao uso do preservativo no Brasil. Entre a população mais jovem, a crença de que as doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) são facilmente remediáveis contribui para a baixa adesão do método.
Prevenção é sempre o melhor caminho
Não tem jeito: para se proteger da Aids é necessário usar camisinha durante todas as relações sexuais – sejam elas orais, genitais ou anais. Além disso, o uso da camisinha não diminui o prazer e não deve ser motivo de constrangimento ou de negociação para ninguém!
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