Sim, a sífilis tem cura, desde que seja tratada de forma adequada. No entanto, é muito importante a conscientização da sociedade sobre a doença, que é possível prevenir.
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) grave causada pela bactéria Treponema pallidum, e as relações sexuais são a principal forma de transmissão – sejam vaginais, anais ou orais – realizadas sem o uso de preservativo. Essa é a sífilis adquirida; na sífilis congênita, a mãe transfere a bactéria para o filho por meio da placenta ou durante o parto.
Cenário da doença no Brasil
Até junho de 2022, foram registrados no país 79.587 casos de sífilis adquirida, 31.090 casos de sífilis em grávidas e 12.014 casos de sífilis congênita, segundo o Ministério da Saúde.
De acordo com o boletim epidemiológico de 2022, a sífilis adquirida apresentou crescimento da taxa de detecção até 2018 e depois se estabilizou, exceto em 2020, quando foi notada uma redução desse índice provavelmente por conta da pandemia de covid-19, que alterou o índice de diagnósticos de muitas doenças (não somente sífilis) pelo impacto das ações de isolamento e do caos na área da saúde.
O boletim também informa que as taxas de detecção de grávidas têm se mantido em elevação, mas com menor intensidade a partir de 2018. Já a sífilis congênita, entre 2011 e 2017, cresceu em média 17,6%, se estabilizando nos anos seguintes e voltando a aumentar em 16,7% em 2021 – esse aumento no ano de 2021 é apontado, pelo documento, também como possível consequência da pandemia, pois provavelmente as ações de prevenção no pré-natal dessas mulheres foram prejudicadas.
Sífilis tem cura: o que é o tratamento adequado?
Primeiramente é importante dizer que a doença tem diferentes estágios: sífilis primária, secundária, terciária ou latente. Já escrevi sobre isso em outro artigo aqui no blog e te convido a ler para entender as diferenças entre esses estágios, que envolvem tempo de contaminação, sintomas e até algumas complicações. Acesse e leia na íntegra.
Como eu afirmei no início do artigo, a sífilis tem cura. Muitos não sabem, mas o tratamento, que é realizado com o antibiótico penicilina benzatina, está disponível nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). O que muda de um caso para o outro, normalmente, é a dose da medicação, pois isso varia de acordo com o estágio da doença e, claro, da avaliação que o médico faz do paciente e seu histórico de saúde, já que todo atendimento deve ser individualizado e criterioso.
Outra alternativa de tratamento é com o antibiótico cloridrato de doxiciclina, mas cabe ao profissional de saúde determinar o tratamento ideal.
E nas grávidas, a sífilis tem cura? Sim, e o tratamento da gestante também é feito com penicilina benzatina. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), não existe evidência de que outra droga consiga tratar o feto intra-útero da forma adequada. O tratamento deve ser feito o mais precoce possível para tentar evitar danos graves à saúde do bebê, com as doses definidas a partir do diagnóstico de infecção recente ou tardia.
É importante frisar que o tratamento envolve um controle da cura, além de avaliar o parceiro(a) da pessoa infectada e, se necessário, tratá-lo(a).
Ao terminar o tratamento, o paciente será orientado a repetir o exame de VDRL (Venereal Disease Research Laboratory – em português, Estudo Laboratorial de Doenças Venéreas) a cada três meses durante um ano ou mensalmente no caso de gestantes. Os valores deverão ter caído e seguir em declínio ao longo do tempo, até que seja considerada a cura.
O diagnóstico precoce é um grande aliado em todo esse processo, e pode ser obtido por meio de testes rápidos, inclusive pelo SUS. Mas não esqueça, a sífilis pode ser prevenida e, sem dúvida, esse é o melhor caminho.
Ainda tem dúvidas sobre sífilis? Entre em contato comigo, estou à total disposição para te auxiliar. Para saber mais sobre esse e outros temas relacionados à infectologia, acompanhe os artigos no blog e também o meu perfil no Instagram.
