Medicamento injetável contra o HIV já está disponível?

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, na primeira quinzena de junho, o registro do medicamento Apretude (cabotegravir), sendo liberado tanto na versão comprimido como injetável. Leia o texto, entenda se o medicamento injetável contra o HIV já está disponível para comercialização e porque ele pode ampliar o tratamento preventivo. 

Especialistas do setor avaliam a novidade como positiva: “É um passo muito importante para o combate à infecção pelo HIV no Brasil, já que o cabotegravir é um dos medicamentos mais modernos que combatem a infecção. Ele é um inibidor de integrase, que é a classe de antirretrovirais mais moderna que tem surgido”, apontou o chefe do Programa de Oncovirologia do Instituto Nacional do Câncer (Inca), Marcelo Soares.

O medicamento atua evitando a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células.

1) Por que o medicamento injetável contra o HIV é uma inovação? 

Embora existam outras formas de Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) contra o HIV, o novo medicamento aprovado pela Anvisa representa o primeiro medicamento injetável liberado no Brasil. Sua principal vantagem é a capacidade de promover uma adesão mais ampla, uma vez que a aplicação injetável é necessária apenas a cada dois meses.

Essa característica de espaçamento maior entre as aplicações permite que pessoas com dificuldade de acesso a outras medicações tenham uma alternativa mais viável.

Segundo o Ministério da Saúde, a PrEP está disponível no SUS desde o final de 2017, e o medicamento precisa ser tomado diariamente ou sob demanda, sendo uma combinação de antirretrovirais em um único comprimido. Por isso, a adesão é um desafio. 

2) Quais os estudos clínicos no Brasil? 

Para o medicamento, os ensaios clínicos foram realizados em diversas instituições no Brasil, incluindo a Fundação Faculdade de Medicina MEC MPAS, Hospital Nossa Senhora da Conceição S.A, Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/Fiocruz. 

Vale pontuar que um dos principais estudos para comprovar a eficácia do medicamento foi o HPTN 083, que foi feito em 43 centros de pesquisa de seis países (Brasil, Estados Unidos, Peru, Argentina, Tailândia, Vietnã e África do Sul).

3) Para quem a PrEP é indicada? 

A PrEP é recomendada para pessoas com maior grau de vulnerabilidade à infecção, como homens que fazem sexo com homens (HSH), profissionais do sexo, pessoas transexuais e casais sorodiferentes – quando um tem HIV e o outro não.  

É importante lembrar que não se deve abrir mão do uso do preservativo. Utilizá-lo é um ato de responsabilidade e conscientização em relação à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e gravidezes indesejadas.

É importante ressaltar que, para utilizar o Apretude, é necessário realizar um teste de HIV e confirmar que o resultado é negativo. Além disso, o teste deve ser repetido antes de cada aplicação.

4) O medicamento está disponível para compra? 

Embora tenha sido aprovado pela Anvisa, o medicamento injetável contra o HIV precisa passar pela  Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), responsável pela liberação do preço do remédio para comercialização. 

Para ser incorporado no SUS é preciso que ele seja aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), vinculada ao Ministério da Saúde.  

5) O Apretude é uma vacina? 

Não, pois não atua com mecanismos de uma vacina, ou seja, o medicamento “não ativa o sistema imunológico na produção de anticorpos para combater o vírus”, conforme o Ministério da Saúde. 

Como vimos, o medicamento injetável contra o HIV é uma nova alternativa para se proteger contra a doença. Compartilhe o texto para auxiliar a conscientização! Já se precisar agendar uma consulta, entre em contato comigo.