Janeiro Roxo e Hanseníase: tudo o que você precisa saber

Quando falamos sobre Janeiro Roxo e hanseníase, o objetivo é um só: colaborar com ações de conscientização da sociedade sobre a doença, já que desde 2016 o Ministério da Saúde oficializou o mês e a cor para campanhas em todo o Brasil. 

A hanseníase é uma doença contagiosa e que pode avançar lentamente, sendo detectada quando já está em um quadro mais grave e, talvez, as sequelas já sejam irreversíveis – perda de força nos membros, que pode gerar dificuldade para mexer as mãos ou até mesmo andar, são alguns exemplos.

O Brasil está entre os países com maior número de casos de hanseníase, atrás apenas da Índia, o que assusta ainda mais quando sabemos que ela é uma das doenças mais antigas do mundo,  tanto que no século 6 a.C. já havia relatos. 

Ao todo, em 2020,  foram registrados 127.558 casos novos da doença no mundo, de acordo com o reportado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Neste cenário, vale destacar que o Brasil possui a maior carga de hanseníase nas Américas e a segunda maior no mundo, perdendo apenas para a Índia. 

Para se ter uma ideia, de 2016 a 2020, foram notificados 155,3 mil casos novos no Brasil – sendo que 19,9 mil com grau 2 de incapacidade física.

Essas estatísticas evidenciam o quanto a hanseníase é preocupante. Por se tratar de uma doença transmissível, ela está inserida no 3º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse objetivo prevê acabar com as epidemias de AIDS, tuberculose, malária e combater outras doenças transmissíveis até 2030.

Janeiro Roxo, como citei acima, nada mais é do que a campanha de prevenção à doença, oficializada pelo Ministério da Saúde, com o apoio da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). O mês dedicado é essencial para o avanço do diagnóstico e tratamento, além de contribuir para que haja mais informação disponível sobre o assunto.

Aproveito para compartilhar uma curiosidade, caso você não saiba: o termo “hanseníase” é  relativamente recente – a doença antes era chamada de lepra, mas devido ao estigma ganhou novo nome em 1995, por definição da Lei nº 9.010.

Janeiro Roxo ajuda a alertar sobre sintomas da hanseníase

Neste Janeiro Roxo as instituições de saúde realizam esforços para que as pessoas possam compreender os principais sintomas da doença, o que é fundamental para conscientização, diagnóstico precoce e tratamento. 

A hanseníase tem cura e quanto mais cedo acontecer o diagnóstico, proporcionalmente será o tempo do tratamento. Caso você apresente as manifestações da doença, procure um atendimento o quanto antes para investigar a sua condição.  

De acordo com o Ministério da Saúde, os principais sintomas da doença, da campanha Janeiro Roxo, são:

  • Manchas com perda ou alteração de sensibilidade para calor, dor ou tato;
  • Formigamentos, agulhadas, câimbras ou dormência em membros inferiores ou superiores;
  • Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar ou segurar objetos, ou manter calçados abertos nos pés;
  • Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;
  • Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;
  • Coceira ou irritação nos olhos;
  • Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.

Mas o que causa a hanseníase?

A hanseníase é gerada pela bactéria Mycobacterium leprae, sendo comum em ambos os sexos e atingindo pessoas de diferentes idades. 

A doença causa alterações predominantemente nos nervos periféricos e na pele; e, se não tratada, pode evoluir para problemas maiores que levam a incapacidades físicas.

A boa notícia é que, apesar de ainda não ter sido erradicada (mesmo depois de tanto tempo), ela tem cura. O tratamento é feito com medicamentos a serem ingeridos diariamente e que são distribuídos gratuitamente via SUS. Se seguido à risca, a duração do tratamento é de 6 a 12 meses, a depender da classificação da doença. 

Com exceção de casos mais avançados e complicações severas, não é necessário internação, o tratamento pode ser feito em casa.

A doença é contagiosa? 

Sim, a doença é contagiosa e de evolução crônica, e esse é um dos motivos da campanha Janeiro Roxo ser tão importante. A transmissão acontece por meio de gotas eliminadas no ar pela tosse, pela fala e pelo espirro de pessoas contaminadas e sem tratamento. 

Saiba que o tempo de incubação da doença pode durar, em média, de dois a sete anos e o tratamento interrompe a transmissão entre outras pessoas.  

Agora que você já tem informações sobre hanseníase e sobre a campanha Janeiro Roxo, não esqueça de compartilhar esse texto nas redes sociais. A informação e o tratamento precoce podem evitar que pessoas sofram com sequelas graves da doença. Em caso de dúvida, procure o seu médico ou entre em contato comigo