Hepatites virais: conheça os diversos tipos da doença e suas formas de transmissão

Estamos no mês de julho e este é o período da campanha “Julho Amarelo”, cujo objetivo é reforçar o cuidado e as ações de prevenção e controle das hepatites virais. Mas antes de se aprofundar no tema, é importante entender que a hepatite é um tipo de inflamação no fígado que pode ocorrer em razão de vírus, bactérias ou até mesmo pelo consumo de substâncias como medicamentos, álcool e drogas.

Neste artigo vamos falar sobre as hepatites virais, que são identificadas pelas letras A, B, C, D e E. No Brasil, os vírus mais comuns são os das hepatites A, B e C. A hepatite D é menos comum e mais frequente na região Norte do país, enquanto o vírus da hepatite E é pouco encontrado por aqui, estando mais presente no leste e sul asiático.

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil, sendo a hepatite C a maior causa de morte entre as hepatites virais. 

Hepatites virais, suas formas de transmissão e prevenção

Hepatite A
Causada pelo vírus A (HAV), sua transmissão é fecal-oral (contato de fezes com a boca), e tem relação com falta de saneamento básico e higiene pessoal, bem como alimentos ou águas contaminados. O contato pessoal próximo e contato sexual, especialmente em homens que fazem sexo com homens, também são formas de transmissão. 

A principal medida de proteção contra o vírus da hepatite A é a vacina, que é segura e eficaz. 

Hepatite B

Causada pelo vírus B da hepatite (HBV), que está presente no sangue e secreções, a hepatite B é classificada também como uma infecção sexualmente transmissível. Logo, relações sexuais sem proteção com alguém infectado é uma das formas de transmissão. 

Entretanto, ela também pode ser passada de mãe para filho durante a gravidez e o parto, por meio do compartilhamento de materiais para uso de drogas, contato próximo entre pessoas (envolvendo contato com cortes e feridas) e até mesmo ao se tatuar, colocar piercing, realizar procedimentos odontológicos ou cirúrgicos que não cumpram normas de biossegurança. 

Da mesma forma que a hepatite A, a principal forma de prevenção é a vacina, disponível no SUS para todos os indivíduos não vacinados, independentemente da idade.

Hepatite C

O vírus C da hepatite (HCV) causa um processo infeccioso e inflamatório que pode se manifestar de maneira aguda ou crônica, sendo a crônica a forma mais comum da condição se apresentar. Contato com sangue contaminado, equipamentos médicos ou de manicure sem a devida esterilização (assim como itens para realização de tatuagens) e utilização de sangue e seus derivados contaminados são portas de entrada para a contaminação. É menos comum, mas ainda assim podem ser consideradas formas de transmissão relações sexuais sem o uso de preservativos e de mãe para o filho no parto ou durante a amamentação, quando há fissuras na mama. Como não há vacina contra o vírus da hepatite C, é importante atenção a alguns hábitos para prevenir a doença, como:

  • Não compartilhar objetos que possam ter tido contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, lâminas de barbear etc.)
  • Usar preservativo nas relações sexuais;
  • Em caso de gravidez, fazer os exames para detectar as hepatites B e C, HIV e sífilis durante o pré-natal. 

Hepatite D

No caso da hepatite D (HDV), que é chamada também de Delta, há uma relação com a presença do vírus da hepatite B no organismo para que ocorra a infecção e inflamação das células do fígado. Há duas formas de infecção neste caso: coinfecção simultânea com o HBV e superinfecção do HDV em um indivíduo com infecção crônica pelo HBV. 

A principal forma de prevenção é a vacina contra o vírus da hepatite B, já que existe essa relação entre as doenças.

Hepatite E

O vírus da hepatite E (HEV) causa hepatite aguda de curta duração, sendo considerada mais grave em gestantes. Assim como o vírus da hepatite A, tem transmissão via fecal-oral, pelo consumo de água contaminada, ingestão de carne mal cozida ou produtos derivados de animais infectados, além de ser possível a transmissão da mãe para o bebê durante a gravidez.

Também não há vacina, sendo a melhor forma de prevenção melhorar hábitos de higiene e saneamento básico, como:

  • Lavar bem as mãos após utilizar banheiro, trocar fraldas e antes de preparar alimentos;
  • Utilizar água filtrada ou fervida no preparo dos alimentos e cozinhá-los bem antes de comer, principalmente carne suína;
  • Lavar corretamente utensílios de cozinha;
  • Usar instalações sanitárias;
  • Não frequentar locais próximos de onde tenha esgoto.

Ficou alguma dúvida sobre as hepatites virais? Se sim, entre em contato comigo, será um prazer ajudar. E se precisar agendar uma consulta, atendo em São Paulo e é possível agendar neste link