Janeiro Roxo: hanseníase tem cura e há tratamento gratuito

Manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas visíveis em diversas partes do corpo: esses são os principais sintomas que uma pessoa infectada pela hanseníase pode apresentar após um determinado período. Mas você sabia que a hanseníase tem cura e o tratamento pode ser gratuito? 

A doença transmissível e de caráter crônico também pode se manifestar pela diminuição da sensibilidade – e da força muscular – em pontos da face, mãos e pés, além de gerar sensação de formigamento nos nervos dos braços e pernas. 

Classificada pelo Ministério da Saúde como uma enfermidade que persiste como um problema de saúde pública no país, a hanseníase é uma doença infecciosa causada pelo agente Mycobacterium leprae, que pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e de ambos os sexos.

Segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 200 mil novos casos foram diagnosticados em todo mundo. Desse total, cerca de 27,8 mil foram notificados no Brasil, que ocupa o segundo lugar no ranking de países com maior incidência da doença, ficando atrás apenas da Índia.

Na avaliação do Departamento de Hanseníase, da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), esses dados evidenciam o quanto a hanseníase é negligenciada no nosso país que, embora esteja entre as grandes economias mundiais, ainda apresenta altos índices de desigualdade social. 

A doença, que atinge em maior escala os grupos menos favorecidos da sociedade, também convive com o estigma e a discriminação. Para promover a conscientização, é celebrado desde 2016 o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase – neste ano, em 30 de janeiro. A data, símbolo da campanha Janeiro Roxo, tem como propósito chamar a atenção da população, e reforçar que a hanseníase tem cura e tratamento disponível. 

 

Afinal, o que é hanseníase?

Trata-se de uma doença infecciosa, contagiosa e transmissível. Ela atinge, sobretudo, a pele, as mucosas e os nervos periféricos. Se não tratada, pode provocar deformidades e incapacidades físicas que, muitas vezes, são irreversíveis. 

A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa infectada – e sem tratamento – elimina os bacilos (bactéria em forma bastonete) por meio da tosse, espirro ou gotículas da fala.  No entanto, é importante ressaltar que nem todas as pessoas que tiverem contato com alguém doente vai desenvolver a hanseníase – a estimativa é de que apenas 5% adoecem de fato

Outro fator importante e que merece ser destacado é o elevado período de incubação que a hanseníase apresenta. Isso significa que, uma vez que você tenha sido infectado pela doença, os primeiros sintomas podem levar de dois a sete anos para se manifestarem no organismo. 

 

Seguindo o tratamento, hanseníase tem cura

Você deve estar se perguntando: “Como é possível descobrir se fui infectado?”. Caso suspeite dos sintomas que comentei no início do texto, compareça a uma unidade de saúde para ser avaliado por um profissional.

Para saber se o diagnóstico é positivo, é necessário realizar um exame físico geral e outro dermato-neurológico, capaz de identificar lesões e áreas de pele com sensibilidade, ou que tenham comprometido os nervos periféricos.

O tratamento da hanseníase é feito de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e não há um tempo exato de duração, uma vez que é feito de acordo com o grau da doença. Tratar a hanseníase envolve um combo de três antimicrobianos – juntos, eles são capazes de reduzir a possibilidade de resistência da bactéria, o que não acontece se apenas um medicamento for aplicado. 

A hanseníase tem cura, e o tratamento é a chave para chegar até ela! Fique atento aos sinais do seu corpo e lembre-se: o conhecimento pode salvar vidas – informe-se e, em caso de dúvida, procure o seu médico ou entre em contato comigo