Sífilis congênita pode gerar sérios danos à saúde do bebê

Gestantes infectadas pela Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis, podem transmitir a doença aos bebês ainda durante a gravidez. A chamada sífilis congênita, que atinge 1,6 milhão de pessoas anualmente, oferece sérios riscos à saúde da criança e, em alguns casos, pode levar à morte.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sífilis congênita é considerada uma das principais causas de morte entre bebês em todo o mundo. No Brasil, dados do Boletim Epidemiológico revelam que mais de 22 mil casos da doença foram registrados em 2020 – desse total, cerca de 180 evoluíram para óbito. 

Os números preocupam e reforçam a importância da realização de um pré-natal adequado, já que a sífilis congênita pode ser detectada ainda no início da gestação – mas antes de falarmos sobre o diagnóstico e as formas de prevenção, precisamos entender o que é e como ocorre a transmissão dessa doença.

Sífilis é uma doença silenciosa e requer cuidados 

A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST), tendo como principal forma de transmissão as relações sexuais – sejam vaginais, anais ou orais – realizadas sem o uso de preservativo. No caso da sífilis congênita, a bactéria é “passada” de mãe para filho por meio da placenta ou durante o parto.

É importante ressaltar que, em alguns casos, a transmissão da sífilis congênita acontece com mais facilidade, já que a doença tem diferentes estágios: sífilis primária, secundária, terciária ou latente.

Segundo o Ministério da Saúde, nas fases primária e secundária o risco é maior, com as taxas de transmissão que variam entre 70% e 100% em gestantes que não foram tratadas. Já nas etapas terciária e latente, o índice cai para 30% – daí a importância do diagnóstico e tratamento precoce!

Complicações vão de malformação à deficiência mental

Se não tratada, a sífilis congênita pode causar diversos danos à saúde da criança, que variam com o tempo de exposição à doença. Por isso, recomendamos que a gestante realize o teste rápido em unidades básicas de saúde (UBS) durante o primeiro e o terceiro trimestre da gravidez, após o parto ou em casos de aborto.

Com o diagnóstico precoce e o tratamento adequado, é possível evitar as seguintes complicações: 

– Parto prematuro;
– Malformação do feto;
– Surdez e cegueira;
– Alterações ósseas;
– Aborto espontâneo;
– Deficiência mental.

Algumas alterações da sífilis congênita podem ser notadas logo após o nascimento, enquanto outras dependem do desenvolvimento da criança, sendo diagnosticadas tardiamente.

Para detectá-la, a criança é submetida a exames de imagem e de sangue – além da coleta de líquor, espécie de fluído corporal presente na medula espinhal. O profissional também pode realizar avaliações oftalmológicas e audiológicas. 

Para conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico e tratamento da doença, foi instituído o Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita. A campanha, celebrada em 19 de outubro, tem como propósito estimular a população e os profissionais de saúde a combater essa doença, que coloca a vida da mãe e da criança em risco.

Se tiver dúvidas sobre a sífilis congênita, entre em contato comigo ou compareça à unidade de saúde mais próxima de sua residência!