Pneumococo é o agente causador em 60% dos casos de pneumonia bacteriana

Certamente você já ouviu aquela frase, muitas vezes direcionada para crianças ou idosos: “Não esqueça o agasalho, senão vai pegar uma pneumonia”. A verdade é que existem vários tipos de pneumonia e não é a exposição ao frio que causa a doença, mas sim agentes infecciosos que se aproveitam da condição favorável para se instalar, inclusive na pneumonia bacteriana.

Além da pneumonia bacteriana – que tem o Streptococcus pneumoniae (pneumococo) como agente causador em 60% dos casos, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) – há também a pneumonia viral, causada por vírus como os da gripe, e a pneumonia fúngica, que são mais raras e, geralmente, acomete pacientes imunocomprometidos. 

Para entender melhor a condição, é importante saber que a pneumonia, independente do tipo, é uma infecção nos pulmões que ataca a região dos alvéolos pulmonares, local onde acontece a troca gasosa entre o nosso corpo e o meio ambiente. 

No final de 2020, a Organização Mundial da Saúde divulgou as Estimativas Globais de Saúde de 2019 e a pneumonia integrava o grupo mais mortal de doenças transmissíveis. Juntamente com outras infecções respiratórias, ela ocupou a quarta principal causa de morte no mundo naquele ano. Apenas em 2019 foram 2,5 milhões de vítimas fatais, incluindo 672.000 crianças.

Causas e sintomas da pneumonia bacteriana

A pneumonia bacteriana se enquadra tanto em Pneumonia Adquirida na Comunidade (PAC) ou Pneumonia Hospitalar que, como o próprio nome diz, pode se desenvolver no paciente durante a internação em decorrência de contaminação pela intubação e ventilação mecânica, por exemplo. 

Na PAC, como já falamos, o pneumococo é o causador da doença na maioria das vezes (embora outras bactérias como Mycoplasma sp. e Haemophilus sp. também causem a condição). Sua transmissão acontece quando alguém infectado espirra ou tosse, disseminando esses agentes por meio de gotículas de saliva ou muco.

Vale ressaltar que nem sempre a pessoa infectada está com sintomas de pneumonia bacteriana ou outra doença pneumocócica. Portanto, manter o sistema imunológico fortalecido e as vacinas em dia é a chave para a prevenção. Os sintomas clássicos em qualquer quadro de pneumonia incluem:

  • Febre;
  • Tosse; 
  • Dor torácica;
  • Mal-estar generalizado.

Entretanto, a tosse da pneumonia bacteriana pode ser tanto produtiva, quanto seca – não sendo possível identificar o agente com o quadro clínico ou raio-x. Somente exames de cultura, que raramente são solicitados, são capazes de identificá-lo. 

Cada paciente é único, portanto, a avaliação deve ser sempre individualizada, analisando todas as suas queixas e, principalmente, seu histórico de saúde. O diagnóstico é feito por meio de exame clínico e o especialista deverá solicitar radiografia ou tomografia computadorizada de tórax. 

Confirmada a pneumonia bacteriana, o tratamento poderá ser feito com antibióticos e medicamentos para aliviar os sintomas. Em casos específicos, em que o paciente exige maior atenção pelo seu quadro de saúde, pode haver a necessidade de internação.

Prevenção e grupos de risco

Você pode estar se perguntando: é possível prevenir pneumonias? Sim, é possível. As recomendações são simples e basicamente envolvem bons hábitos de higiene, como lavar as mãos, além de ter uma rotina saudável, como se exercitar, ter boa alimentação, não fumar e evitar consumo excessivo de álcool.

Em resumo, manter o sistema imunológico fortalecido é fundamental, o que engloba também (e principalmente) estar com a vacinação em dia.

Quando falamos em vacina, uma das ferramentas mais eficazes para prevenção de doenças, geralmente falamos também em grupos de risco. No caso das pneumonias, os mais vulneráveis à condição são:

  • Crianças, principalmente abaixo dos 2 anos de idade;
  • Idosos com mais de 65 anos;
  • Indivíduos com doenças crônicas;
  • Pacientes que estejam realizando tratamento com imunossupressores;
  • Fumantes e pessoas que sofrem com alcoolismo; 

A SBPT orienta como forma de prevenção vacinar os bebês com a tríplice DTP contra difteria, tétano e pertussis e com a Pneumo-10 ou Pneumo-13 contra o pneumococo após os dois meses de vida, a fim de evitar a pneumonia bacteriana e outras doenças que pode causar.

As vacinas da gripe e Covid-19 também são importantes pois combatem vírus que podem contribuir para um quadro de pneumonia viral. Dessa forma, todos devem seguir as orientações do Ministério da Saúde para garantir sua imunização.

Dia Mundial da Pneumonia

Para conscientizar a todos sobre os desafios da doença, reforçando seus riscos, formas de prevenção e tratamento, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu, em 2009, 12 de novembro como o Dia Mundial da Pneumonia. Anualmente, inúmeras instituições de saúde realizam ações com esses objetivos – e em 2022 não será diferente.

Destaco aqui a primeira parceria público-privada do mundo, a Every Breath Counts, que tem como objetivo apoiar os governos para acabar com as mortes por pneumonia até 2030. 

A meta pode parecer ousada, mas é possível. Cada um fazendo o seu papel, cuidando melhor de sua saúde e, principalmente, garantindo a imunização, inclusive a dos mais vulneráveis, os números de mortes por pneumonias certamente declinarão. 

E você, tem dado atenção a todos esses cuidados? Lembre-se: em caso de sintomas, procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência para uma avaliação. Se precisar, entre em contato comigo.