As infecções sexualmente transmissíveis (IST) tiveram, durante um tempo, as notificações reduzidas em diversos países – inclusive no Brasil. Entretanto, dados recentes dos principais órgãos de saúde revelaram um cenário alarmante: o número de casos voltou a crescer e, com isso, a discussão acerca da relação entre infertilidade e IST voltou à tona.
Para se ter uma noção da gravidade do assunto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, diariamente, mais de um milhão de novos casos de ISTs, entre pessoas de 15 a 49 anos, sejam registrados em todo o mundo. No Brasil, os números também são preocupantes.
Segundo o Ministério da Saúde, houve um aumento de 64,9% no número de ISTs entre jovens de 15 a 19 anos. Na população pertencente à faixa etária de 20 a 24 anos, o percentual é ainda maior: cerca de 75% foi diagnosticada com alguma doença.
A alta incidência de casos ocorre, principalmente, pelo comportamento de risco adotado pelos mais jovens. Nesse grupo, observa-se uma certa resistência quando o assunto diz respeito ao uso dos preservativos. E embora a grande maioria reconheça os riscos que as doenças sexualmente transmissíveis podem trazer à saúde, 80% não se consideram vulneráveis às infecções, conforme concluiu uma pesquisa realizada pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).
No entanto, os danos causados pelas infecções vão além e podem afetar a capacidade reprodutiva de homens e mulheres – isso mesmo! É de extrema importância entender qual a relação da infertilidade e IST para ambos os sexos, a fim de prevenir o aumento de casos.
Como as ISTs podem causar infertilidade?
As infecções sexualmente transmissíveis, causadas por agentes transmitidos por meio do contato sexual – seja via oral, vaginal ou anal –, nem sempre apresentam sinais ou sintomas. Esse cenário contribui não apenas para o aumento da disseminação, mas também para o diagnóstico tardio.
Essa demora, inclusive, pode fazer com que casos de infertilidade e IST não sejam detectados a tempo, aumentando os danos causados pelas infecções ao nosso organismo. Entre as ISTs mais comuns, duas delas representam elevado risco à capacidade reprodutiva: clamídia e gonorreia.
Se as infecções não forem tratadas de forma adequada, podem evoluir para uma doença inflamatória pélvica (DIP), que gera a inflamação dos órgãos reprodutores femininos, como colo do útero, ovários, tubas uterinas e endometrite.
Nos homens, casos de infertilidade e IST também podem ocorrer. Processos inflamatórios, como epididimite (inflamação do tubo localizado na parte de trás do testículo), interferem na produção dos espermatozoides.
É possível prevenir a infertilidade causada pelas ISTs?
Desde que as ISTs sejam diagnosticadas precocemente, sim. O tratamento para as duas doenças, na fase inicial, ocorre de forma bastante simples: através de antibióticos.
E para prevenir a infertilidade e IST, a recomendação permanece a mesma de sempre: use camisinha! O sexo protegido ajuda a evitar, além das temidas doenças sexualmente transmissíveis, gestações indesejadas.
Se ainda tiver dúvidas a respeito desse e de outros assuntos relacionados às infecções ou à infectologia, entre em contato comigo!