HPV é a sigla em inglês para papilomavírus humano – e designa um grupo de mais de 200 tipos diferentes de vírus. Mas afinal, o HPV tem cura? Como ocorre a infecção do HPV? Quais são os riscos?
Neste sábado, 4 de março, é celebrado o Dia Internacional da Conscientização sobre o HPV, por isso, preparei um artigo especial sobre o assunto – a data é uma iniciativa da Sociedade Internacional de Papilomavírus e no Brasil tem o apoio de diversas instituições de saúde.
Há diversos estudos pelo mundo que apontam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV durante a vida. Já entre os homens esse número pode ser ainda maior.
Mas afinal, HPV tem cura?
O HPV pode não ter cura e acompanhar o paciente por toda a vida. Isso acontece porque não existe um medicamento disponível que elimine o vírus. Neste caso, será necessário identificar os sintomas e tratar as manifestações quando acontecerem.
Por outro lado, há casos de pacientes que podem ser infectados com o vírus ao longo da vida, mas o próprio organismo combatê-lo. Em outras palavras, existem pessoas que podem nem saber que já tiveram contato com o HPV, pois o seu sistema imunológico agiu e eliminou o vírus, sem qualquer sintoma.
Quais são os riscos?
Os sinais da doença podem ser verrugas perceptíveis, que geralmente são causadas por HPV não cancerígenos, ou lesões subclínicas (não visíveis a olho nu), que podem se manifestar de forma pré-cancerígena e evoluir até se tornar um tumor.
Esta diferença de risco acontece por conta das variações entre os vírus. Os HPVs (16 e 18), por exemplo, são responsáveis por “70% dos cânceres do colo do útero e lesões pré-cancerosas. Também há evidências científicas que relacionam o HPV com cânceres do ânus, vulva, vagina, pênis e orofaringe”, aponta a Organização Pan-Americana da Saúde.
Ao todo, pelo menos 13 tipos são classificados como “oncogênicos” – ou seja, em que há associação comprovada com o câncer, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Como ocorre a transmissão do HPV?
A transmissão do vírus acontece pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada. O contato sexual é a forma mais comum e pode acontecer na penetração e no sexo oral sem preservativo. Mesmo assim, há outras possibilidades de transmissão, como da mãe para o bebê durante o parto, por meio da saliva ou corte com objetos que estejam contaminados, por exemplo.
Para que serve a vacina contra o HPV?
Agora que você já sabe a resposta para a questão “HPV tem cura?”, entenda porque a vacina é importante. Como dito, não existem medicamentos disponíveis para eliminar o vírus do organismo, mas a vacina é eficaz para diminuir o risco das complicações.
Estudo publicado no jornal científico The Lancet aponta que as mulheres imunizadas contra o HPV na adolescência apresentaram uma redução de 87% no risco de desenvolver câncer de colo do útero.
Homens também devem estar atentos à infecção, já que dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos afirmam que aproximadamente 70% dos cânceres de orofaringe no país têm ligação com o HPV.
Mesmo com os benefícios da imunização comprovados por diversos estudos, a cobertura vacinal do HPV apresentou queda. Saindo de 87,08% (2019) para 75,81% (2022) entre as meninas, e de 61,55% para 52,16% entre os meninos, na mesma comparação.
Vacina do HPV está disponível no SUS
A vacina do HPV está disponível gratuitamente pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Sistema Único de Saúde (SUS) para os seguintes grupos:
– Pessoas com HIV positivo, transplantadas e/ou pacientes oncológicos.;
– Meninas de 9 a 14 anos;
– Meninos de 11 a 14 anos.
Pessoas fora deste grupo e que não tenham tomado a vacina devem verificar a possibilidade com seu médico, e buscar o imunizante de forma particular.
Prevenção
Uma das formas de prevenção é o uso de preservativo em todas as relações sexuais, mas vale lembrar o HPV pode se instalar em qualquer parte da área genital (e não somente na vagina ou no pênis), por isso que a camisinha não é 100% segura, apesar de ajudar na maioria dos casos.
Anote: mulheres entre 25 e 64 anos também devem fazer o exame preventivo de câncer de colo de uterino – o papanicolau . Inicialmente, a periodicidade recomendada pelo Ministério da Saúde é anual, e após dois exames negativos, pode-se fazer o acompanhamento de três em três anos. O período entre os exames também pode ser alterado por alguma necessidade específica avaliada pelo médico.
Agora que você já sabe se o HPV tem cura ou não, compartilhe este conteúdo e ajude na conscientização sobre a doença. Se precisar agendar uma consulta, entre em contato comigo.