“Peste branca”, “tísica pulmonar” e “doença do peito”. Ao longo da história, muitos foram os nomes pelos quais a tuberculose (TB), doença infectocontagiosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis (ou bacilo de Koch), foi chamada. Após anos de progresso no combate à tuberculose, o número de mortes em virtude da doença voltou a crescer. E por que isso tem acontecido?
De acordo com o relatório Global Tuberculosis Report 2021, divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a pandemia do novo coronavírus reverteu anos de progresso global no combate à tuberculose. Após mais de uma década, o levantamento revelou um cenário desolador: cerca de 1,5 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença em 2020.
No Brasil, país que ocupa o segundo lugar no ranking de nações com mais casos da doença, há cerca de 66,8 mil novos registros de tuberculose. No entanto, outra questão preocupa as autoridades sanitárias brasileiras: a alta proporção de coinfecção TB-HIV.
Mas antes de abordarmos esse ponto é preciso, contudo, compreender as formas de transmissão e como a doença se comporta no nosso organismo.
Como acontece a transmissão da tuberculose?
A contaminação ocorre de forma muito simples: através de partículas líquidas minúsculas, produzidas pela nossa fala, tosse ou espirro. Os pulmões são os mais afetados pela bactéria, cujo grau da infecção está diretamente relacionado com o tempo de exposição ao bacilo – e por isso o combate à tuberculose é tão importante!
E mais: existem casos em que a infecção, em sua forma extrapulmonar, atinge órgãos como os rins, ossos e membranas cerebrais. Pessoas infectadas pelo vírus do HIV estão mais propensas a desenvolver essa variação da doença, principalmente àquelas cujo sistema imunológico está comprometido.
Estima-se que uma pessoa que tenha baciloscopia positiva possa infectar, no período de um ano, cerca de 10 a 15 pessoas. Apesar disso, a OMS acredita que em ¼ da população mundial, a tuberculose se desenvolve de forma latente – ou seja: a bactéria invade o organismo, mas é contida pelo sistema imunitário, o que impede a transmissão da doença a outras pessoas e auxilia no combate à tuberculose.
Combate à tuberculose: entenda os principais sintomas
Quando as redes de proteção do nosso organismo falham, a tuberculose atinge os pulmões. Nesse caso, o principal sintoma da doença é a tosse seca. Mas e como saber que a tosse seca pode ser um sinal da TB?
Não é tão fácil como parece, principalmente porque nem sempre damos tanta atenção a esses sintomas. Porém, se a sua tosse persiste há mais de três semanas, é importante comparecer a uma unidade básica de saúde para investigar as causas. Além disso, fique atento a outros sinais, como o emagrecimento acentuado, febre vespertina, sensação constante de cansaço e fadiga, e sudorese noturna.
Conforme mencionei anteriormente, pessoas com HIV devem ficar ainda mais atentas no combate à tuberculose! Segundo dados do Boletim Epidemiológico de Tuberculose, publicado pelo Ministério da Saúde, 8,4% dos pacientes diagnosticados com tuberculose estavam infectados com o HIV. O cenário é preocupante, pois o vírus da imunodeficiência humana provoca a debilitação do sistema imunológico.
Nessas circunstâncias, o tratamento feito à base dos antirretrovirais torna-se ainda mais importante, uma vez que esses medicamentos são responsáveis por melhorar a resposta imune e preservam o organismo do paciente.
Porém, somente 45,1% das pessoas coinfectadas aderiram aos medicamentos contra o HIV durante o tratamento da tuberculose. Por isso, disseminar informações que visam a prevenção e a conscientização da população a respeito do combate à tuberculose – e de tantas outras – é tão importante.
Dia Mundial da Tuberculose simboliza a luta pela erradicação da doença
Em 24 de março, celebra-se o Dia Mundial da Tuberculose. A campanha, criada no centenário da descoberta da doença, simboliza a luta pela erradicação da epidemia global, busca conscientizar a população sobre o combate à tuberculose e a importância da prevenção, que ocorre principalmente por meio da vacinação.
No Brasil, a vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deve ser aplicada nas crianças logo após o nascimento ou, no máximo, até os 4 anos de idade. Uma vez imunizada, a criança estará protegida das formas mais graves da doença.
E não se esqueça: você também pode se proteger da tuberculose tomando alguns cuidados, como evitar locais com grandes aglomerações e sem ventilação.
O combate à tuberculose é um desafio global e deve ser um compromisso de todos nós. Por isso, informe-se e busque ajuda profissional diante de qualquer suspeita. Em caso de dúvida, entre em contato comigo!