Considerada uma doença extremamente rara e classificada como “prima” menos grave da varíola comum, o surgimento de casos de varíola dos macacos em mais de 16 países têm causado preocupação em autoridades sanitárias ao redor de todo o mundo. Apesar do temor da população, a infecção apresenta baixos índices de mortalidade e pode ser controlada.
É o que afirma a Organização Mundial da Saúde (OMS), que classificou o surto de varíola dos macacos em países da Europa e América do Norte como “incomum”. Para a entidade, o momento é de cautela e exige o aumento de vigilância para entender como estão os níveis de transmissão do vírus nessas regiões – até 24 de maio, foram confirmados 131 casos e 106 suspeitos da doença fora da África.
No entanto, diferente do que muita gente pensa, esse não é um vírus desconhecido como o SARS-CoV-2, do qual nada se sabia quando surgiram os primeiros casos do novo coronavírus no fim de 2019. A varíola dos macacos é uma doença endêmica em regiões próximas às florestas tropicais na África Central e Ocidental, que foi descoberta há mais de 60 anos.
Apesar de não haver vacina contra a varíola humana disponível no Brasil, já que o nosso país recebeu a certificação internacional de erradicação da doença em 1973, há imunizantes para o combate da enfermidade em países como os Estados Unidos e Reino Unido – cuja eficácia ultrapassa os 80% contra a varíola dos macacos.
Afinal, o que é e quais os sintomas da varíola dos macacos?
Trata-se de uma zoonose silvestre – isto é: uma doença que infecta animais e que, ocasionalmente, é capaz de contaminar seres humanos. O vírus, membro da família dos ortopoxvírus, foi identificado pela primeira vez durante a década de 1950 em macacos de laboratório – por isso, o nome “varíola dos macacos”.
Em humanos, a doença foi detectada na República Democrática do Congo quase 20 anos após a descoberta.
Os sintomas e lesões da varíola dos macacos podem variar – é isso mesmo! Segundo informações de órgãos de saúde, os atuais casos têm apresentado sintomas atípicos da infecção, como mal-estar e manifestação de erupções avermelhadas nas áreas genitais.
Mas de forma geral, os primeiros sintomas da varíola dos macacos se assemelham com os de uma gripe ou resfriado comum: febre, dor de cabeça, dores nas costas e musculares, calafrios e exaustão.
As temidas lesões cutâneas surgem, inicialmente, no rosto. Em seguida, se espalham para outras áreas do corpo, caindo após formarem uma crosta. Nos casos mais leves da doença, é comum que os sintomas passem de forma despercebida, o que eleva o risco de transmissão.
A transmissão e as principais formas de prevenção
A forma de transmissão dos casos mais recentes ainda não foi confirmada pela OMS. Entretanto, sabe-se que a varíola dos macacos pode ser transmitida, de forma geral, através do contato com indivíduos infectados.
A contaminação, por sua vez, se desenvolve após a exposição às gotículas do sistema respiratório ou por meio das secreções causadas pelas lesões na pele – incluindo objetos contaminados, como roupas e lençóis.
Devido ao período de incubação da doença, que varia de seis a 13 dias, pessoas infectadas devem permanecer em isolamento – e observação – pelo período de 21 dias. Já para prevenção da doença, recomenda-se evitar o contato com animais que possam abrigar o vírus, como roedores e primatas, além de higienizar as mãos corretamente.
E não se esqueça: a taxa de mortalidade de casos envolvendo a varíola dos macacos varia de 3% a 6%. Portanto, ainda não há motivos para pânico; proteja-se e, em caso de dúvida, entre em contato comigo!