Foi no dia 11 de março de 2020 que a Organização Mundial da Saúde (OMS) caracterizou a Covid-19 como uma pandemia. Todos sabemos dos inúmeros desafios que passamos de lá para cá, mas quase três anos depois podemos dizer que, embora o vírus continue circulando, o cenário é muito melhor, com menos mortes, menos casos graves e com o avanço da vacina bivalente no país.
A Fase 1 de aplicação da vacina bivalente teve início em 27 de fevereiro deste ano e, quase um mês depois, o país alcançou a marca de 5 milhões de doses aplicadas, conforme dados da plataforma LocalizaSUS.
Apesar de tantas notícias e números a respeito dela, muitas pessoas ainda têm dúvida sobre o que é a vacina bivalente contra a Covid-19. Preparei este artigo para esclarecer alguns pontos sobre o assunto e, principalmente, para ressaltar que é necessário que o avanço da vacina bivalente continue com a disponibilização do imunizante pelo governo e com a participação da população, ou seja, mantendo o esquema vacinal em dia.
O que é a vacina bivalente?
A vacina bivalente que está sendo aplicada é produzida pela farmacêutica Pfizer e promove a imunização contra mais de uma cepa do Sars-CoV-2, isto é, além da cepa original registrada no início da pandemia, ela protege também contra a ômicron e suas subvariantes que, desde o ano passado, é a mais predominante no mundo.
Sua metodologia é de RNA mensageiro (mRNA), que estimula o organismo a promover imunidade contra o vírus original e contra as suas mutações. É importante lembrar que a vacina bivalente é, conforme aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), indicada como reforço e deve ser aplicada a partir de três meses após a série primária de vacina ou reforço anterior.
Avanço da vacina bivalente no país
Em meados de dezembro de 2022, o país já tinha recebido 4,5 milhões de doses desse imunizante, as quais passariam pela análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde antes de serem distribuídas. Na ocasião, o Brasil registrava uma elevação no número de casos, mas também comemorava a liberação da venda do medicamento Paxlovid em farmácias, o que também foi um grande avanço no que diz respeito ao tratamento e controle da doença.
Como é de praxe, após essa análise, o Ministério da Saúde divulgou sua nota com orientação sobre aplicação e público-alvo, informando que a Fase 1 começaria no dia 27 de fevereiro, dando prioridade a:
- Idosos acima de 70 anos;
- Pessoas imunocomprometidas a partir de 12 anos;
- Funcionários e pessoas que vivem em instituições permanentes;
- Indígenas, ribeirinhos e quilombolas.
Como marco, a pasta lançou no mesmo dia o “Movimento Nacional pela Vacinação”, uma mobilização para recuperar as altas coberturas vacinais do país, incluindo tanto a vacina contra a Covid-19 como para outras doenças.
Na sequência, ainda nos grupos prioritários, foram incluídas pessoas com 60 anos ou mais, gestantes e puérperas – público também considerado de risco para formas graves da doença -, profissionais de saúde, indivíduos com deficiência permanente a partir de 12 anos, pessoas privadas de liberdade e adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas.
Cuidado com as fake news!
E para concluir este resumo com informações importantes sobre o avanço da vacina bivalente no país, um lembrete importante relacionado ao imunizante: “cuidado com as fake news!”. Após o anúncio sobre o início da aplicação das doses, voltaram a circular na internet informações falsas sobre a vacina.
Em entrevista à imprensa, o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, afirmou: “Tanto os dados de estudos de licenciamento como os dados de vida real já com milhões de doses aplicadas em diversos países confirmam o perfil de segurança e de tolerabilidade das vacinas. Não há nenhuma diferença entre as vacinas já aplicadas contra a Covid, as vacinas monovalentes e essas bivalentes. Então não há fatalidade, não há morte súbita relacionada a ela, nem de atleta, nem de criança, nem de adolescente. Não há nenhum risco dessas vacinas estarem trazendo efeitos colaterais graves ou mortes”.
Com isso, reforço minha orientação a todos que já podem receber a dose com a bivalente para que procurem a unidade básica de saúde mais próxima para vacinar-se. Aqueles que ainda não podem, continuem acompanhando as diretrizes oficiais do seu município sobre a imunização em novos grupos.
Se precisar marcar uma consulta comigo ou se tiver alguma outra dúvida sobre o assunto, entre em contato. Será um prazer ajudar!