Preservar o organismo e frear a ação dos vírus: esses são os principais objetivos dos antivirais, medicamentos prescritos e utilizados no combate de infecções causadas pela presença de um determinado vírus. Porém, para entender como essas medicações funcionam, é necessário compreender o que são esses microrganismos e de que modo eles se instalam nas células do corpo humano.
Classificados como agentes infecciosos, formados por DNA ou RNA, os vírus entram e se replicam em células saudáveis para sobreviver. Em casos específicos, os vírus conseguem integrar o seu DNA ao do hospedeiro – ou seja, aquele que abriga o microrganismo. Nessas circunstâncias, o paciente, mesmo após o tratamento, pode apresentar novamente os sintomas da doença, como é o caso da infecção por herpes.
Embora o nosso corpo tenha barreiras que impedem a entrada desses microrganismos, como a pele, podemos ser infectados por meio de pequenas feridas ou através dos olhos, boca e nariz. Doenças como a catapora, hepatite, HIV, sarampo, gripe e o novo coronavírus são algumas das inúmeras infecções causadas por vírus.
Os sintomas dessas infecções variam, mas em alguns casos, os pacientes podem apresentar – em comum – febre e indisposição. O tempo de recuperação e o antiviral prescrito vai depender do tipo de vírus e grau de infecção.
Afinal, o que são os medicamentos antivirais?
Definimos como medicamentos antivirais os fármacos que utilizam diferentes mecanismos para impedir a ação dos vírus no organismo. O princípio ativo dessas medicações pode variar, já que para cada tipo de infecção existe uma composição específica.
Em alguns casos, os medicamentos têm propriedades que não deixam os vírus invadirem as células humanas. Já em outros, os antivirais atuam diretamente nas informações genéticas dos microrganismos, combatendo a replicação viral.
É importante ressaltar que esses medicamentos devem ser utilizados – de preferência – na fase inicial da infecção. A recomendação ocorre devido ao fato de os antivirais agirem de modo mais eficaz quando há uma alta quantidade de vírus no organismo.
Classificação dos medicamentos antivirais
Atualmente, existem muitos fármacos ativos dos medicamentos antivirais, porém, alguns são principais – confira a seguir.
1 – Inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa: essa classe de medicamentos atua na inibição da síntese do material genético do vírus. Desse modo, elas se tornam defeituosas e não se multiplicam. Exemplos de ativos: Efavirenz, Etravirina e Nevirapina.
2 – Inibidores nucleosídeos da transcriptase reversa: aqui a atuação também é sobre a enzima transcriptase reversa, tornando defeituosa a cadeia de DNA e provocando a interrupção de sua multiplicação. Exemplos de ativos: Tenofovir, Estavudina e Lamivudina.
3 – Inibidores da síntese do material genético do vírus: são medicamentos que impedem a replicação viral. Podem ser análogos de nucleotídeos, nucleosídeos ou não análogos. Exemplo: aciclovir, zidovudina (AZT), efavirenz.
4 – Inibidores da Integrase: esses antivirais atuam impedindo a incorporação do material genético do HIV ao DNA da célula humana. Exemplos de ativos: Dolutegravir e Raltegravir.
5 – Inibidores de protease: esses inibidores bloqueiam a protease, o que interfere a sua ação no organismo, enfraquecendo a produção de novos vírus. Exemplos de ativos: Darunavir, Ritonavir, Tipranavir, Lopinavir e Atazanavir.
6 – Inibidores da DNA-polimerase: essa classe inibe a síntese do DNA viral, interrompendo o alongamento de sua cadeia. Exemplos de ativos: Aciclovir, Penciclovir, Foscarnet e Cidoforvir.
7 – Inibidores da fusão do HIV: responsáveis por impedir a entrada do vírus nas células de defesa do organismo, evitando que se multiplique. Exemplo de ativos: Enfuvirtida e Maraviroc.
8 – Imunomoduladores: essa classe de fármacos atua diretamente no sistema imunológico, ativando mecanismos orgânicos para a produção de proteínas antivirais, o que contribui para um estado de resistência ao vírus. Exemplos de ativos: Intérferons, Palivisumabe e Imunoglobulina.
9 – Inibidores da liberação e desmontagem viral: esses inibidores atuam bloqueando a neuraminidase do vírus; costumam ser utilizados no tratamento do vírus da influenza, conhecido popularmente como o vírus da gripe. Exemplos de ativos: Oseltamivir, Zanamivir, Rimantadina e Amantadina.
Uma vez que você tenha o diagnóstico de quadro de infecção, o médico irá prescrever o antiviral mais adequado para combater e bloquear a ação do vírus presente no seu organismo. Sendo assim, nunca se automedique: procure o auxílio médico para um tratamento correto.