Mortes por dengue: Brasil bate recorde em 2022

O número de mortes por dengue no Brasil bateu recorde em 2022 e chegou a 1.016 casos. O total é significativo e não era registrado desde a década 1980 – quando a “doença emergiu no Brasil”. Os dados fazem parte do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.

Vale ressaltar que os estados com mais vítimas fatais foram São Paulo (282), Goiás (162), Paraná (109), Santa Catarina (88) e Rio Grande do Sul (66). Há ainda outras 109 mortes por dengue em investigação. 

Ao todo, no ano de 2022, foram relatados 1.450.270 casos prováveis da doença no país. Apesar dos números significativos, o resultado já estava no radar das autoridades de saúde. 

A gravidade impulsionou o Ministério da Saúde a lançar, em novembro, a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, zika e chikungunya. 

“Alguns fatores podem ter contribuído para esse aumento de casos em 2022. As condições ambientais favoráveis, o acúmulo de água, altas temperaturas, moradias inadequadas, um grande número de pessoas suscetíveis à doença e a mudança de circulação do sorotipo circulante obviamente também interfere na transmissibilidade das arboviroses como um todo”, esclareceu, na época, o ex-secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros.

Como se prevenir da dengue?

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a doença viral não é limitada a regiões quentes. “A dengue teve aumento exponencial e no Brasil não tem mais fronteiras geográficas. Está presente em todos os estados e é uma doença democrática”, diz Antonio Bandeira, coordenador do Comitê de Arboviroses da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Ou seja, independente da cidade que você reside, é preciso redobrar a atenção para evitar novas mortes por dengue. O ideal é barrar a proliferação do mosquito Aedes aegypti e não deixar qualquer foco de água parada, seja em caixas d’ água, vasos, piscinas, pneus, ou qualquer outro recipiente. 

Pessoas que já tiveram dengue são ainda mais suscetíveis a condições mais graves da doença, isso acontece porque o sistema imunológico pode exagerar na resposta à infecção. Ou seja, a reincidência pode levar a dengue hemorrágica.

Dengue e orientação médica

Não existe um tratamento específico para dengue, mas o diagnóstico e acompanhamento médico podem fazer toda a diferença para evitar sequelas e até a morte. 

Por isso, entenda abaixo as formas que a doença pode se manifestar, e em caso de suspeita, procure um especialista o quanto antes. 

  • Assintomática – mesmo com a doença, o paciente não apresenta sintomas característicos; 
  • Dengue clássica – os sintomas se manifestam e podem passar por febre alta (acima de 38,5º), dor de cabeça, no corpo, náuseas e tontura, por exemplo. As manifestações podem ser percebidas de 3 a 5 dias após o paciente ter sido infectado.
  • Dengue hemorrágica – os sintomas podem até parecer com a dengue clássica, mas a surpresa pode se iniciar após o desaparecimento da febre. Neste caso, de forma repentina, o paciente pode sentir dor abdominal, vômito persistente e sangramentos.

Vacina da dengue no Brasil

Por enquanto, no Brasil, apenas um tipo de vacina está autorizada para comercialização e é indicada apenas em pessoas que já tiveram diagnóstico confirmado de dengue. A ideia é evitar uma segunda infecção que gere a dengue hemorrágica – condição mais grave e que contribui para as mortes por dengue. Infelizmente, não há doses disponíveis gratuitamente no SUS, é preciso recorrer à rede privada.

Uma nova vacina pode mudar esse cenário no Brasil e está sendo desenvolvida e testada pelo Instituto Butantan (Butantan-DV) . A eficácia registrada é de 79,6%, conforme o estudo clínico de fase 3. O estudo deve seguir até 2024, quando os 16,2 mil voluntários completarem cinco anos de acompanhamento.

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