Doenças do verão: você conhece as ameaças para a saúde nessa época do ano?

Não importa o lugar no mundo, a estação é quase sempre esperada com entusiasmo pelas pessoas. Entretanto, ela reserva alguns problemas: você sabe quais são algumas das principais doenças do verão? Vou abordar algumas que, na verdade, existem sempre, mas que ocorrem com mais frequência agora, com as temperaturas elevadas.

Entre as mais comuns estão as doenças de pele, já que o calor e o aumento da umidade ajudam na proliferação de bactérias e fungos que causam micoses, infecções bacterianas e dermatite de contato. 

A gastroenterite, inflamação do revestimento do estômago e dos intestinos grosso e delgado, também é considerada uma das famosas doenças do verão e a causa, na maioria das vezes, se dá pela ingestão de alimentos ou água contaminados por bactérias (Salmonella, Shigella, Campylobacter, Escherichia coli, entre outras) ou vírus (Rotavirus, Norovírus, Adenovírus, entre outros).

E você deve estar se perguntando o porquê dessa condição ser corriqueira nessa época do ano. São inúmeros fatores, mas o fato das pessoas estarem em período de férias e viajando faz com que se alimentem fora de casa com mais frequência e, nem sempre, o local ter os devidos cuidados com a limpeza, com a lavagem correta de frutas, legumes e verduras e refrigeração adequada dos alimentos. Frequentar praias ou piscinas com água imprópria para banho também pode desencadear a condição.

Entre os sintomas da gastroenterite estão diarreia, náuseas, vômitos, febre, dores de cabeça e musculares, entre outros. Apesar de qualquer pessoa poder sofrer com ela, as crianças pequenas são mais propensas. 

O que também costuma causar surtos no verão são as conjuntivites (viral ou bacteriana). As pessoas tendem a frequentar locais cheios nessa época e a doença é altamente transmissível, o que explica o cenário. 

É possível prevenir com bons hábitos: lavar as mãos sempre, evitar colocá-las nos olhos e não dividir itens pessoais, como toalhas, por exemplo – mas e se eu me contaminar?

A conjuntivite é relativamente simples de ser tratada, e deve ser acompanhada por um oftalmologista. Se não tratada corretamente, ela pode gerar complicações à córnea e comprometer a visão.

Mas o meu alerta é maior em relação às arboviroses, que são doenças transmitidas por mosquitos, como é o caso da dengue.

A dengue e as arboviroses são consideradas doenças do verão?

Em partes. Elas ocorrem durante o ano todo, mas os casos aumentam nessa época do ano em algumas regiões, sobretudo em razão do maior volume de chuvas. O mosquito transmissor da dengue, assim como de zika, chikungunya e febre amarela (em áreas urbanas), é o Aedes aegypti, que vive próximo das residências e se reproduz rapidamente em qualquer recipiente artificial ou natural que contenha água parada. 

Por isso aumentam as campanhas de prevenção contra a dengue por parte dos governos antes mesmo do verão chegar. Até meados de outubro houve aumento de 184,6% no número de casos prováveis de dengue no Brasil em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados do Ministério da Saúde. O índice foi de 478,5 mil casos em 2021 para 1,3 milhão em 2022, com 909 óbitos confirmados.

Isso mostra que o cenário não é favorável e que podemos ter um verão com números ruins em relação à doença.

Sintomas e complicações das arboviroses

Os sintomas de dengue, assim como chikungunya, zika e febre amarela, podem ser parecidos: febre de início abrupto, dores de cabeça, no corpo e nas articulações, atrás dos olhos, fraqueza, náuseas e vômitos, entre outros.

Mas vale ressaltar aqui as complicações por zika que já conhecemos, sobretudo os casos de microcefalia e de manifestações neurológicas em bebês de gestantes que foram contaminadas. Inclusive, um novo estudo da Fiocruz com outras 25 instituições brasileiras mostra que um terço dessas crianças tiveram impacto grave na saúde.

Já a chikungunya pode ter como complicação, em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) crônica, além de manifestações no sistema nervoso, cardiovascular, pele e rins. 

Sobre a febre amarela, é importante frisar ainda que ela tem dois vetores (Aedes aegypti nas áreas urbanas, como já citado acima, e o Haemagogus nas áreas florestais), mas a doença não apresenta diferenciação dos sintomas, só muda realmente o transmissor. 

Sua forma mais grave é caracterizada por insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. Segundo o Ministério da Saúde, desde 1942 o Brasil não registra casos de febre amarela urbana. Diferentemente das outras condições, a febre amarela tem vacina disponível no SUS.

Prevenção é o melhor caminho

A prevenção é a melhor forma de combater todas essas doenças: na medida do possível, se alimente em casa e tenha uma dieta saudável, frequente praias e piscinas próprias para banho e evite as aglomerações. 

Para combater o Aedes aegypti e suas doenças, o segredo é não acumular água parada. São medidas simples, mas altamente eficientes. E não esqueça de manter sua carteirinha de vacinação sempre em dia, ok?

Desejo um verão seguro, divertido e livre de doenças. Em caso de dúvida, entre em contato comigo, estou à disposição para atendê-lo! Se desejar, você também pode me acompanhar pelo meu perfil no Instagram